E certa vez tivera um sonho.Era um sonho de despedida.Seu homem alí puro e somente lhe sorrindo com os olhos ainda mais brilhantes.Levantei-me de minha tenda e caminhei em sua direção.Ergui a mão em sinal de adeus.
Estava feliz por vê-lo novamente, mas como mulher sensível que era, entendia aquilo que seu sexto sentido lhe dizia.Aquele era o dia mais temido, o dia do adeus, sabia do fundo do coração que não o veria novamente.Notou que ele estava banhado em luz, uma luz diferente, uma luz forte, mas que não brilhava da maneira como a percebíamos em nosso mundo.
Atônita com aquela visão, estava se esquecendo de lhe dizer a coisa mais importante do mundo: -Eu amo você, não importa onde esteja.Havia mais uma coisa a ser dita, mas após levar sua mão à barriga, já não era preciso mais palavras.Ele acenou entendendo a mensagem.
E neste momento, magicamente, ele soprou sobre ela algo que estava em suas mãos parecia-se com uma areia muito fina extremamente brilhante.Quando olhou para cima viu uma linda chuva de brilhantes cair sobre ela e consequentemente sobre o filho que ainda estava por vir.Eram as bênçãos que ele mandava sobre os dois.
Fechou os olhos por um instante, e sentiu um leve arrepio, depois sentiu um leve toque em seus lábios.Era um beijo de despedida.Quando abriu os olhos, o viu caminhando em direção ao deserto novamente, mas agora ela sabia era um outro tipo de deserto, o qual o levaria para sempre a outras paragens.
Naquele dia prometera que seu coração lhe seria fiel para sempre, até que um dia pudesse o encontrar de novo.Era uma promessa.Foi assim que à partir de então passara a sonhar todas as noites com o dia do reencontro, que de certo já estava escrito no livro da vida.E assim a noite se tornou o momento mais esperado do dia, era em suas viagens noturnas que podiam ficar juntos em carne e alma.Assim ficava mais fácil suportar a dor da saudade, a dor de não poderem se amar no mundo físico.Isso já era uma grande coisa.
Instintivamente tocara sua barriga, alí estava um grande tesouro, o maior de todos eles: seu filho! Carregar no ventre o filho do homem que tanto amou, era... não havia palavras para expressar o tamanho desse sentimento de amor.
De agora em diante seu filho seria a grande razão de sua vida!E quando já adormecia, naquela velha tenda, chegou a ouvir:
-Lute mulher!
E por fim apenas o silêncio do deserto, que a estas horas também já dormia.
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